domingo, 4 de novembro de 2007
Manifesto da Antropofagia Periférica
A Periferia nos une pelo amor, pela dor e pela cor. Dos becos e vielas há de vir a voz que grita contra o silêncio que nos pune. Eis que surge das ladeiras um povo lindo e inteligente galopando contra o passado. A favor de um futuro limpo, para todos os brasileiros.
A favor de um subúrbio que clama por arte e cultura, e universidade para a diversidade. Agogôs e tamborins acompanhados de violinos, só depois da aula.
Contra a arte patrocinada pelos que corrompem a liberdade de opção. Contra a arte fabricada para destruir o senso crítico, a emoção e a sensibilidade que nasce da múltipla escolha.
A Arte que liberta não pode vir da mão que escraviza.
A favor do batuque da cozinha que nasce na cozinha e sinhá não quer. Da poesia periférica que brota na porta do bar.
Do teatro que não vem do “ter ou não ter...”. Do cinema real que transmite ilusão.
Das Artes Plásticas, que, de concreto, querem substituir os barracos de madeira.
Da Dança que desafoga no lago dos cisnes.
Da Música que não embala os adormecidos.
Da Literatura das ruas despertando nas calçadas.
A Periferia unida, no centro de todas as coisas.
Contra o racismo, a intolerância e as injustiças sociais das quais a arte vigente não fala.
Contra o artista surdo-mudo e a letra que não fala.
É preciso sugar da arte um novo tipo de artista: o artista-cidadão. Aquele que na sua arte não revoluciona o mundo, mas também não compactua com a mediocridade que imbeciliza um povo desprovido de oportunidades. Um artista a serviço da comunidade, do país. Que, armado da verdade, por si só exercita a revolução.
Contra a arte domingueira que defeca em nossa sala e nos hipnotiza no colo da poltrona.
Contra a barbárie que é a falta de bibliotecas, cinemas, museus, teatros e espaços para o acesso à produção cultural.
Contra reis e rainhas do castelo globalizado e quadril avantajado.
Contra o capital que ignora o interior a favor do exterior. Miami pra eles? “Me ame pra nós!”.
Contra os carrascos e as vítimas do sistema.
Contra os covardes e eruditos de aquário.
Contra o artista serviçal escravo da vaidade.
Contra os vampiros das verbas públicas e arte privada.
A Arte que liberta não pode vir da mão que escraviza.
Por uma Periferia que nos une pelo amor, pela dor e pela cor.
É TUDO NOSSO!
Sérgio Vaz
Poeta da Periferia
a matéria
domingo, 23 de setembro de 2007
CineClube à vista!!
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
LAPA EM 19 TAKES
Para ver o vídeo clique aqui
A Rua do Lavradio – as diferentes caras da Lapa
(OU uma estrangeira passeando nervosa pela Rua do Lavradio)
Andei então até encontrar a placa da Rua do Lavradio, na esquina com Mem de Sá, e virei para a direita. Lá encontrei estacionamentos da policia, que de noite viram estacionamentos para a clientela dos muitos restaurantes, bares e casas de shows que ficam perto. Também encontrei varias lojas de antiquidades, algumas mais arrumadas e chiques que as outras, outras simplesmente lotadas de objetos velhos e cheios de poeira. Vendedores de doces caseiros, lanchonetes tradicionais de esquina, uma escola da prefeitura, bancos, lojas de cópias e internet, graffiti nas paredes, e de vez em quando algum restaurante ou bar novo, localizado num sobrado que recebeu uma garibada. Ou seja, até os prédios da rua contam essa história de diversidade, de comércio mais tradicional, já establecido, ao lado dos negócios da mais nova incarnação da Lapa.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Samba!!!
E como hoje a noite terá samba, o grupo de sambista estavam lá ensaiando.
[[[ Que chique, gente! Teremos Dudu Nobre hoje! ]]]
Enfim, apesar do sambinha às vezes alto, o dia foi proveitoso.
Primeira Onda
Hoje, 12 de setembro de 2007, Rio de Janeiro - Lapa / Circo Voador.Onda Cidadã 2007. Estamos debaixo do palco do Circo Voador. Criando expectativas para nosso BLOG.
Neste local existe pessoas de diversas áreas de atuação. Dentre, estudantes, jornalistas, pesquisadores, escritores, cineastas, fotógrafos, músicos, profissionais de informática. Os fóruns estão organizados tematicamente nas áreas: Rádio, Internet, Audiovisual, Intersecções e Mídias Impressas. E a que "nós" nos encontramos, a Oficina de Blogs,organizada pelo Observatório de Favelas da Escola Popular de Comunicação Crítica – ESPOCC.
Aqui existem muitas experiências a serem trocadas. Começamos á partir de agora uma nova visão para que juntos possamos somar em um trabalho que será exibido, com nossas próprias palavras. É como se nós pudessemos escrever a nossa própria história baseadas em fatos diversos do hoje e quem sabe amanhã.
A apresentação inicial do grupo causou uma espécie de deslumbramento dos participantes. Tudo foi documentado com cameras digitais e de celulares para ser publicado no Blog.Houve então a busca do protagonismo de cada um, o que ao mesmo tempo que te deixa assustado, te da a possíbildade da visibilidade momentanea, qualquer um pode ser fotografado e filmado, isso tudo entre nós mesmos.
Acreditamos que existam muitas expectativas neste momento inicial que partem do principio e origem das pessoas, que juntos reunem muitas experiencias vindas de diversos locais e histórias que podem ser contadas através de vivências outras. Vimos que um Blog na experiencia do Maré ComunicAtiva foi um processo de construção coletiva e esperamos poder dar continuidade neste pensamento coletivo.
Agora é daqui pra frente!
Expectativas
Gostamos de como os blogs dão voz às minorias. Sem essa tecnologia, nem todas as classes e grupos podem dizer como pensam. Uma criança atuante nesse espaço não irá para a contravenção e terá chances de construir um futuro melhor. Além de disponibilizar informações produzidas a partir de perspectivas diferentes da grande mídia que muitas vezes não mostra a realidade, mas uma visão elitista.
Alguns blogs são profisisonais e seus donos ganham dinheiro. Queremos conhecer melhor esse lado, de como colocar anúncios pagos, por exemplo.
Enfim, temos muitas espectativas para essa oficina e para o mundo dos blogueiros.